Tecnologia é a estratégia para vender imóveis em tempos de pandemia

Publicado por Economic News Brasil em 05 de maio de 2021

Todo mundo que se prepara para comprar um imóvel gosta de visitar o local para ver a qualidade do acabamento, tamanho, a vista que se tem da janela entre outros. Melhor ainda se o apartamento estiver decorado. Mas como fazer isso em período de pandemia de Covid-19 sem colocar a própria saúde em risco? O medo que muitas pessoas têm de se contaminarem fez com que caísse o número de visitantes nos estandes de vendas. Em momentos de lockdown, então, a visitação despenca. A solução encontrada por muitas empresas do ramo foi acelerar o investimento em transformação digital. A estratégia agora é oferecer ao interessado a possibilidade de fazer um tour virtual pela casa ou apartamento.

A tecnologia está tão avançada que os sistemas existentes possibilitam uma experiência bastante próxima da visita presencial. Por meio da tela de um computador, tablet ou smartphone, o cliente passeia por dentro do imóvel com a vantagem de poder observar com atenção detalhes do projeto que nem sempre são percebidos presencialmente. Os softwares permitem até curtir a vista do lado de fora a partir das janelas, como se a pessoa estivesse realmente no local.

Especializada no desenvolvimento de processos de gestão profissional para incorporadores e loteadores com o objetivo de alavancar os resultados, a VGV S.A é uma das empresas que acelerou o processo de transformação digital para atender a clientela à distância. O CEO da empresa, Giuliano Milano, explica que quando um apartamento ainda está na planta é necessário aproximar o cliente o máximo possível da realidade. O mais comum era o apartamento decorado com apoio de maquetes. A tecnologia já vinha se incorporando às estratégias, mas com a pandemia ela se tornou essencial.

Para tornar isso possível, a VGV implantou, por meio de parceria, uma plataforma que permite ao cliente “navegar” pelo empreendimento virtualmente de onde ele estiver. A tecnologia, porém, não se limita a recursos para aproximar o cliente do imóvel. Há outros softwares que dão suporte e agilizam a negociação.

Um desses programas, também implantado pela VGV é uma ferramenta chamada “Construtor de Vendas. Trata-se de um sistema que se propõe a fazer o fluxo de venda do início ao fim. “Ela inclui várias etapas, do cadastro à assinatura do contrato, que torna o processo 100% digital”, explica o CEO. Por fim, a VGV também conta com outra ferramenta online desenvolvida pela Brain Inteligência Estratégica, batizada de “Geo Brain”. Esse software dá acesso a informações estratégicas de mercado e é de uso interno da companhia.

Decoração

Um dos atrativos para quem costuma visitar estandes de vendas de imóveis são os apartamentos decorados. Isso porque o layout e a decoração ajudam o cliente a tomar uma decisão. Por esta razão, as tecnologias que estão sendo usadas para vendas à distância precisam incorporar essa opção para garantir uma boa experiência de visitação virtual ao comprador.

A Archademy, primeiro e maior Market Network de Arquitetura e Design de Interiores do Brasil, já trabalha dentro deste conceito há pelo menos três anos. E a pandemia ajudou a impulsionar o conceito.

O layout virtual pode ser vendido à parte. O cliente tem a opção de contratar, total ou parcialmente, os serviços do arquiteto responsável pela decoração que ele mais gostou. “A tecnologia melhora a experiência de curadoria”.

Novo normal

A pandemia fez com que muitas empresas passassem a priorizar a transformação digital como forma de superar a crise e manter o crescimento durante o período de isolamento social.  É o que revela a segunda edição do ICTd – Índice CESAR de Transformação Digital, estudo que ajuda a mapear o nível de maturidade digital das empresas brasileiras.

De acordo com a pesquisa, 23,7% dos respondentes afirmam que a transformação digital se tornou prioridade máxima no planejamento estratégico da empresa, representando um salto de 7,3 p.p. em relação a 2019. Percebe-se também uma redução no número de respondentes que não veem o tema como uma prioridade, caindo de 16,9% em 2019 para 12,32% em 2020.

Ao se autoavaliar a respeito do processo de transformação digital durante o ano de 2019, 34,36% das empresas responderam que se consideravam perto, ou muito perto da maturidade digital. Um ano depois de darem estas respostas, o patamar de organizações que se consideram neste nível de desenvolvimento saltou para 42,77%. 

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